Namafon: A deusa que ensina e aprende : A deusa imanente segundo a teoria da cognição de Santiago

agosto 29, 2019by João Batista0

Um primeiro encontro com uma ‘nova” deusa

Uma das maneiras de se estudar Bruxaria consiste em ler o grande livro escrito pela deusa dia após dia e que se confunde com ela, chamado natureza. De outro modo, consiste em ler o próprio corpo da deusa. Ouvir o que aqueles que a observam tem a dizer, também é bastante interessante. Principalmente um grupo novo de cientistas que surgiram a partir de 1920 que compõe o paradigma emergente, holístico, ecológico, orgânico e sistêmico. Isso porque as descobertas destes cientistas – devido a métodos utilizados – estão cheias de ganchos com a espiritualidade e a espiritualidade animista – base do paganismo e neopaganismo.

A teoria da congnição de Santiago (TCS), elaborada por Humberto Maturana e Varela, apresentada por Fritjof Capra no livro as Conexões Ocultas me revelou algo bem interessante. Me possibilitou a descoberta de uma deusa inteligente, cognoscente, que aprende (Virgem) e ensina (Anciã) e registra estes conhecimentos a fim de oportunizar a plenitude da mãe (deusa-mãe). Ela é similar a uma inteligência artificial que aprende sozinha por meio de estímulos, escolhendo e montando novos arranjos. Ainda não a evoquei, a chamava de Urânia por sua similaridade com Urano, que cresce sem limites e por fim, de Namafon que em grego é aprender. Pra mim é esta deusa subjacente aos processos da natureza que oportunizou Gaia, Ceres, Afrodite, Jacy e Pele. Enfim, que oportunizou estas deusas telúricas e tectônicas, expressões de uma paisagem geográfica. Perguntei às runas o que ela traz àqueles que a cultuam e sairam Dagaz, Uruz, Isa e Hagalaz. Enfim, traz fé, otimismo, esperança, uma nova luz, transforma todas as dificuldades em algo positivo. Traz ainda força força, vigor, proteção, auxilia nos desapegos e nas rupturas para se proteger de algo pior. No panteão brasileiro ela pode ser evocada como Timuçacré-cY (A senhora que ensina) e Cuacitê-cy (A deusa que aprende), portando as mesmas características.

Teoria da cognição de Santiago

Primeiro. A TCS defende que a vida é um processo mental, um ato cognitivo e que mente não é algo separado da matéria, mas um padrão emergente desta. E que não se precisa sequer cérebro para se ter uma mente e ocorrer o fenômeno da aprendizagem. A natureza seria então algo inteligente. Dito isto, a vida estaria em constante processo de aprendizagem por meio de estímulos vindos do ambiente. A consciência e autoconsciência seria um caso particular da mente que se encontra imanente na vida. E como a bruxaria, os wiccas cultuam a natureza na forma de uma deusa, acho perfeitamente possível entrar em contato e interagir com esta característica da vida, com esta deusa que aprende e ensina a si mesma. A explicação da vida segundo a teoria da cognição de Santiago, num contexto da Bruxaria moderna só nos resta concluir que estamos diante de uma nova deusa ou diante de novos aspectos da deusa que não foram considerados até então. Para saber mais sobre a TCS, leia Conexões Ocultas de Fritjof Capra e a Biologia do conhecer de Humberto Maturana

Como visualizo Namafon no círculo mágico

Aparência de uma mulher mais velha e outra mais nova acho que com uma textura da terra vista do espaço. Tem outra visualização que é um símbolo. Duas mulheres de costas ou de frente ( a virgem e a anciã) e no centro, a terra (a mãe) e uma serpente fazendo referência a sabedoria, ao conhecimento acumulado. E ainda a anciã apontando o dedo num sentido de exortação de quem ensina e a virgem com as mãos abertas voltadas para si, no sentido de arrastar algo para si, o aprendizado.

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Namafon: A deusa que ensina e aprende

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