Embora ligada a vida pouco se discute sobre a visão do neopaganismo a respeito do
ambiente. Neste sentido, temos como objetivo geral, baseado no conceito de topofilia, apresentar uma
deusa para as bacias hidrográficas que banham Iporá. Defendemos que ao apresentar a referida deusa
conseguiremos compreender a perspectiva que a Wicca tem da natureza. Baseado no conceito de Cy
daqui, proposto pela tradição diânica do Brasil, realizamos um levantamento de dados no site do Sistema
Estadual de Geoinformação de Goiás para as bacias que banham Iporá, fizemos o tratamento dos dados
por meio software de geoprocessamento QGis e de acordo com a características apresentadas a respeito
do culto a deusa, tratamos de inferir uma deusa para o conjunto das bacias hidrográficas que banham
Iporá chamada Iuporacy. Constatamos que o sentimento da bruxaria contemporânea em relação a
paisagem está baseado numa experiência topofílica, ou seja, de conforto, encontro e afeto com a
paisagem. Trata de um sentimento poético, de admiração, encantamento, gratidão e devoção o que,
tornou possível enxergar na natureza como uma deusa, dotada de características de doação, manutenção
e renovação da vida. Concluímos que ao migrar e utilizar o conceito de paisagem para um saber nãocientifico, notamos a possibilidade de um outro olhar sobre outros olhares que são incomuns nas
metodologias científicas tradicionais e, no entanto, importantes no tratamento das questões ambientais
e hídricas, evidenciando o caráter transdisciplinar que vem assumindo a geografia. Concluímos que a
perspectiva de um lugar sagrado, como deusa, doadora e mantenedora da vida, possa ser útil para
repensarmos a nossa relação com a bacia hidrográfica, possibilitando visualizar a bacia hidrográfica
como lugar, ou seja, carregada de significado e afetividade
https://drive.google.com/open?id=1ZUt3Rvt5uSonNP_92yFf2p2Zh4BKvU8c