Agricultura inclusiva: um ritual para celebrar a natureza, recuperar áreas degradadas e proteger mananciais

agosto 21, 2019by João Batista0

Neste artigo apresento um ritual denominado agricultura inclusiva que visa celebrar a vida, a natureza, mais especificamente o sabbat das Bruxas e recuperar a área degradada e mananciais. Atualmente, no Brasil por meio de dados não oficiais, estima-se que existam mais de 300.000 bruxas e nos Estados Unidos este número já supera a comunidade presbiteriana, evidenciando um retorno de uma ligação espiritual com a terra. Este ritual está baseado nos princípios princípios inclusivos e regenerativos subjacentes a biologia do amor, teoria que explica a evolução da espécie humana, elaborada pelo biólogo chileno Humberto Maturana. Assim, nossa proposta vai de encontro a proposta da filósofa das ciências Isabelle Stengers que vê nas pontes entre ciências e outros saberes como o animismo e na validação deste pela ciência, formas de resistência contra as feitiçarias e soluções infernais do capitalismo. Além das pré-eliminares como estudo da área, cercamento, realização de terraceamento e simultaneamente ao abandono de técnicas baseadas numa emoção de rejeição como, uso do fogo, de agrotóxicos, máquinas pesadas, etc, o ritual se dá basicamente efetuando uma capina seletiva onde permanecerão as espécies remanescentes e emergentes e num segundo momento, por meio da poda das árvores. A poda permite a renovação da planta e ainda que outras espécies se desenvolvam. Num terceiro momento por meio dos usos dos resíduos orgânicos do cultivo (bascuio) e por meio dos usos resíduos orgânicos domésticos. Por meio do plantio consorciado entre nativas e outras espécies e adotando outras técnicas de cultivo baseadas numa emoção de aceitação como o uso de biofertilizantes. O resultado do referido ritual é uma agrofloresta. Além da celebração da vida e da natureza, traz implicações políticas por se tratar de uma estratégia de recuperação de mananciais e ainda por se estabelecer contrário ou como uma alternativa a agricultura industrial. Assim, define-se a agricultura inclusiva como um ritual para celebrar a dinâmica da vida e da natureza, mais especificamente os sabbats das bruxas, como uma estratégia de recuperação de áreas degradadas baseadas na biologia do amor de Humberto Maturana e na agricultura sintrópica de Ernest Gostch. Alternativamente, pode ser vista também como uma técnica agrícola com capacidades regenerativas, como estratégia para se corrigir determinadas vulnerabilidades naturais, estratégia para se obter o crescimento e desenvolvimento econômico já que esta tende a impactar sobre os volumes de renda e emprego de determinada localidade ao elevar a produtividade da terra e ainda, como uma maneira para se alimentar os pássaros e outros animais silvestres devido a oferta de uma diversidade crescente de alimentos de alta qualidade. Basicamente consiste em desenvolver um cultivo, seja ela qual for, aceitando outras espécies, principalmente as nativas como legítimas na convivência por meio de adoção de técnicas que estejam baseada numa emoção de aceitação. Assim tal como Gostch (1996), a agricultura inclusiva trata de um método capaz de harmonizar as atividades agrícolas, a necessidade de geração de rendimentos com os processos da natureza e dos seres vivos. Possui a capacidade de produzir a quantidade necessária, alta diversidade e qualidade de frutos, sementes e outros materiais orgânicos, dispensando o uso de insumos como fertilizantes, pesticidas ou maquinário pesado. Possibilita a transformação de pastos abandonados, de APPs consolidadas, de solos completamente degradados em agroflorestas altamente produtivas e diversificadas em um prazo curto que vai de cinco a oito anos ou menos com alta produtividade. Possui capacidade de à medida que se realiza o cultivo de aumentar a biodiversidade e a fertilidade do solo. Apresenta baixo custo e alto de poder de aplicabilidade, de maneira que pode ser colocada imediatamente em prática, seja no âmbito da agricultura urbana, periurbana, familiar, em grande escala e por qualquer pessoa em qualquer parte do planeta. Ao contrário da agricultura industrial, se caracteriza ainda, por não necessitar da aquisição de pacotes tecnológicos, de investimentos adicionais ou de insumos para sua implementação. Do ponto de vista ambiental, a agricultura inclusiva protege o solo, recupera aspectos do solo, altera a umidade; muda o clima; protege mananciais; recupera nascentes; refloresta; protege vertentes; eleva a precipitação pluviométrica, apresenta rendimento e lucratividade maior que a média; trata de produto diferenciado por concorrer por qualidade e ainda confere um sentido existencial ao agricultor ao propiciar o sentimento de pertencimento por estar cuidando e recuperando a vida. Alia espiritualidade, recuperação ambiental e reprodução da vida material. Para outros confere uma nova visão a agricultura, tornando esta fascinante e com possibilidade de atrair outras pessoas para a prática. Beneficia o consumidor, pois adquire um alimento com maior qualidade, alivia as pressões sofridas pelo ecossistema e serve como estratégia para se criar ativos ecológicos ao invés de gerar passivos. Por fim, diante de outras alternativas, resolve um conflito, pois concilia a reprodução da vida material e a capacidade de recuperação do meio. Leia o artigo completo abaixo Ritual – agricultura inclusiva https://drive.google.com/open?id=1OS83nypEAFjuCshFVdQauVqewB6r2tM6

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